João Jardim é cineasta, diretor e roteirista. Com olhar aguçado para encontrar características surpreendentes em suas histórias, é autor do argumento de quase todas as suas realizações e é um inquieto à procura de boas ideias, as quais desenvolve com afinco até chegarem a um bom roteiro.
Formou-se em jornalismo pela Faculdade da Cidade e estudou cinema na Universidade de Nova York. Participou do núcleo do diretor Carlos Manga, na TV Globo, onde realizou a minissérie Engraçadinhae editou Memorial de Maria Moura e Agosto. Editou diferentes trabalhos de Walter Salles e Eduardo Escorel para a TV independente. Foi assistente de direção em longas-metragens de Murilo Salles (Faca de Dois Gumes) e Cacá Diegues (Dias Melhores Virão). Dirigiu comerciais para alguns dos principais anunciantes do Brasil.
Seu primeiro longa-metragem, Janela da Alma, ganhou 11 prêmios nacionais e internacionais e levou mais de 140 mil pessoas aos cinemas em 2002. Seu segundo longa foi Pro Dia Nascer Feliz, lançado em 2006.
Junto com a britânica Lucy Walker e a brasileira Karen Harley, João Jardim codirigiu o documentário Lixo Extraordinário, primeiro documentário brasileiro indicado ao Oscar, em 2011, e ganhou prêmios no Festival de Berlim e no Festival de Sundance.
Nos cinemas, seu primeiro longa-metragem de ficção, Getúlio (2014), foi aclamado pela crítica e público, com mais de 500 mil espectadores. Estrelado por Tony Ramos, Drica Moraes e Alexandre Borges, o filme acompanhou os últimos dias do ex-presidente. Em Amor? (2011) reuniu depoimentos reais de mulheres e homens que se envolveram em violência nas relações, no elenco Julia Lemmertz, Du Moscovis, Fabiola Nascimento e Ângelo Antônio.
Em 2023, As Polacas, com Caco Ciocler, Valentina Herzage e Dora Freind, resgatou a história das imigrantes judias forçadas a se prostituir no início do século XX, o filme foi aplaudido no Festival do Rio e na Mostra Intl de São Paulo. No último ano dirigiu para Audible a audiosérie com os atores Claudia Abreu e Du Moscovis.
Na TV, João Jardim assinou a direção de cinco séries no Canal GNT, disponíveis no streaming. Os crimes na internet foram pauta da ficção Vítimas Digitais (2019), com Débora Falabella, Mariana Nunes, Marcos Veras e Luís Lobianco, a série foi Medalha de Prata no Festival de Nova York em 2021. Em quatro seriados documentais se manteve conectado a temas atuais e urgentes. Discutiu a pluralidade de famílias e relacionamentos em “Família é Família” (2014/16) e Amores Livres (2015), a dependência química em Compulsão (2015) e foi um dos primeiros a falar sobre transição de gênero na televisão brasileira em Liberdade de Gênero (2015, 2017). Esta última, uma das 10 melhores séries do ano, segundo o Jornal O Globo. Em 2024 estreia uma nova temporada de Amores Livres.
Também assinou a direção da série do Fantástico Nelson Por Ele Mesmo (2017), que está no catálogo do Globoplay. Nela, Fernanda Montenegro e Otávio Müller reuniram crônicas do dramaturgo Nelson Rodrigues. Na mesma emissora, dirigiu quatro episódios do seriado Por Toda a Minha Vida, entre 2006 e 2009, sobre Raul Seixas, Dolores Duran, Nara Leão e Elis Regina, com Júlio Andrade, Nanda Costa, Bianca Comparato.